Reunião da Câmara analisa reflexos da Covid-19 no SUS em Campinas
25/06/2021 - 14:33
Para analisar os impactos da Covid-19 no SUS municipal, a Comissão Especial de Estudos da Câmara de Campinas realizou na manhã desta sexta-feira, dia 25 de junho, sua 13ª reunião virtual por Sistema de Deliberação Remota. O secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, e a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças da pasta, Valéria Almeida, apresentaram dados epidemiológicos da Covid e os avanços da vacinação, na reunião presidida pelo vereador Luiz Rossini.
Na reunião, o secretário de Saúde disse que o município deve começar a sair da pandemia no final de julho, aliando a vacinação e as pessoas que adquiriam imunidade celular por terem tido a doença. “Ainda temos alta demanda de leitos, o que deve seguir por 10 dias e, então, os casos vão começar a cair lentamente até que em agosto essa queda seja mais consistente”.
Para o vereador Rossini, essa expectativa é alvissareira e condiz com o avanço da vacinação. “Comparativamente, Campinas apresenta um número muito melhor de vacina do que Guarulhos que tem população maior que a nossa, então, nosso planejamento está tendo resultado.”
O monitoramento de indicadores da pandemia no município foi abordado pelo secretário como fator responsável para que o município pudesse tomar medidas restritivas antes do Estado, permitindo proporcionalmente menos mortes no mês de abril, em relação a março do que o Estado. “Os indicadores são muito simples, quando se tem muitos atendimentos de síndromes gripais nos Centros de Saúde – principalmente quando o número duplica – há um reflexo em torno de três semanas no aumento de internação hospitalar”.
A coordenadora Valéria Almeida disse aos presentes que Campinas passa por uma estabilização nestes indicadores da Covid-19 agora. “Após o pico no mês de março, vínhamos em queda e tivemos uma pequena subida, o que nos fez tomar medidas mais restritivas. Mas nas últimas semanas o número de casos parou de crescer – não diminuiu – mas há uma estabilização”, disse.
Pela projeção de Valéria Almeida, Campinas já tem cerca de 18% de cobertura vacinal contra a Covid-19 e o impacto será sentido quando houver já uma boa parcela imunizada. Ela destacou ainda que no mês de julho, haverá uma ampliação da cobertura com um grande volume de pessoas entre 60 e 69 anos recebendo a segunda dose. “A vacinação, porém, não pode ser a única estratégia. Nenhuma vacina é 100% eficaz individualmente. Coletivamente diminui a circulação do vírus, mas ele não vai deixar existir. Temos que adotar múltiplas estratégias”.
Sobre a segunda onda pandêmica em 2021, Valéria afirmou que, no momento, a população já não estava mais seguindo o mesmo isolamento e, com isso, além do atendimento aos casos de Covid-19, as portas dos prontos-socorros e pronto atendimentos passaram a ser pressionadas por pacientes com traumas, devido a acidentes. Além disso, a restrição de alguns serviços de saúde levou a descompensações de doentes crônicos. As necessidades especiais de assistência a pacientes sequelados pela Covid-19 também foi pontuada. São pessoas com sequelas respiratórias, fibrose pulmonar, questões cardíacas e perda de força muscular por tempo prolongado em UTI. Parte desses pacientes está sendo atendida pela própria estrutura da Secretaria e para os mais severos, considera-se uma parceria com a Unicamp.
Educação
Vereadores também expressaram dúvidas com relação a volta às aulas, pontos esclarecidos pela informação sobre o protocolo de boas práticas criado pelo Devisa para as escolas no ano passado para diminuir o impacto no ambiente escolar. “Os surtos em escolas são muito poucos principalmente se comparados ao mercado de trabalho. Tivemos apenas um surto de transmissão entre alunos que foi por conta de quebra de barreira física. Entendemos que a escola e o ensino são serviços essenciais e devem retornar, sim, para que as crianças não sejam mais prejudicadas”, pontuou Valéria.
Recursos e trabalhadores da Saúde
O secretário de Saúde destacou aos vereadores que mesmo que possa haver um déficit financeiro no orçamento, devido ao menor repasse de verbas pelas demais instâncias governamentais, a Prefeitura otimizará recursos e não faltará dinheiro para a saúde. Contou que está em trâmite uma contratação emergencial de 100 técnicos de enfermagem. “Chamamos quase todos os médicos do concurso anterior e em torno de 10 meses estará pronto novo concurso quando os contratos emergenciais que foram feitos neste momento vencerão”.
Com relação aos recursos humanos, o secretário fez questão de agradecer aos trabalhadores da saúde que já estão trabalhando desde o início da pandemia, no limite de suas forças, no que foi seguido também por Rossini em nome dos demais vereadores.